Para deputada Adriana Ventura, excesso de regulação da IA no Brasil pode engessar inovação

Para deputada Adriana Ventura, excesso de regulação da IA no Brasil pode engessar inovação

Enquanto parte do Congresso Nacional e da sociedade quer uma regulação rápida da inteligência artificial, a deputada federal Adriana Ventura (Novo-SP) adota um tom de cautela.

Durante sua participação no NeoSummit IA, evento do NeoFeed, a parlamentar defendeu que o Brasil não ceda à tentação de copiar modelos internacionais de forma apressada, sob o risco de sufocar a inovação e comprometer a soberania digital do país.

“Não acho que haja urgência. A União Europeia correu para aprovar o seu marco e agora já está revisando o texto”, afirmou ela. “Não podemos engessar demais, colocando tudo dentro de uma mesma matriz de risco.”

Primeira vice-presidente da comissão especial da Câmara dos Deputados que discute o projeto de regulação da IA, Adriana explicou que o texto, que originalmente partiu da própria Câmara, voltou do Senado com uma abordagem totalmente diferente.

O novo desenho, na visão dela, exige um debate mais amplo e técnico, envolvendo diferentes setores da sociedade. “Tem muita gente querendo falar. Todos os segmentos estão mobilizados”, contou.

Um dos principais pontos de divergência, segundo a deputada, está na adoção de uma matriz de risco como base regulatória — modelo europeu que estabelece regras mais rígidas conforme o grau de periculosidade de cada aplicação. Para Ventura, aplicar esse modelo de forma generalizada no Brasil pode ser um erro estratégico.

“Achar que tudo é alto risco é colocar o Brasil de novo na lanterninha da história”, comparou, lembrando os entraves da antiga Lei de Informática.

Com trajetória ligada ao empreendedorismo e à educação, ela se preocupa especialmente com o impacto da regulação sobre startups e pequenas empresas. Para a deputada, o País deve aproveitar sua criatividade e capacidade de inovação para construir um modelo próprio.

“A gente não pode equiparar grandes plataformas com negócios menores. As exigências precisam ser diferentes. Nosso país é inovador. Ficar à mercê de algo produzido em outro lugar, para outro país, isso não é soberania”, disse.



Fonte ==> NEOFEED

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