Valor Capital e Canary avançam em novos fundos e já levantaram mais de R$ 1 bilhão

Valor Capital e Canary avançam em novos fundos e já levantaram mais de R$ 1 bilhão

Depois de mais de três anos sorumbáticos, em que captar para novos fundos de venture capital (VC) se transformou em um desafio hercúleo, a maré está começando a virar para a indústria no Brasil.

A Canary, que tem Marcos Toledo e Florian Hagenbuch como sócios, levantou também aproximadamente US$ 100 milhões para o seu quarto fundo cuja meta é chegar a US$ 120 milhões.

O fundo da Canary conta com diversos cotistas institucionais, como o IFC (International Finance Corporation), BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) e DEG. “A base de investidores da Canary virou 180 graus. Hoje é 85% institucional”, diz uma fonte.

O IFC é o braço do Banco Mundial para o setor privado e a DEG é uma instituição financeira de desenvolvimento da Alemanha que financia empresas privadas de países em desenvolvimento e mercados emergentes.

“Acredito que os investidores internacionais seguem achando que o que faz sentido para emerging markets é venture capital. Isso era assim cinco anos atrás e continua”, afirma uma fonte, que conhece os planos das duas gestoras de VC.

No caso da Canary, a gestora, que popularizou os investimentos pré-seed no Brasil, deve fazer leves ajustes em sua tese e seu cheque. Em seus fundos anteriores, o alvo era investir em aproximadamente 50 startups. Agora, o plano é ficar mais concentrado (30 a 35 startups) em rodadas seed e série A.

O portfólio da Canary inclui Alice, Buser, Caju, Cayena, Hashdex, Isa Saúde, Gabriel e Gupy, entre muitas outras startups. Em seu primeiro fundo, captou US$ 50 milhões. No segundo, US$ 75 milhões. E no terceiro, em 2021, no auge da liquidez do mercado, levantou US$ 100 milhões.

O avanço dessas duas captações são os dois mais recentes sinais de que mesmo em condições mais difíceis, como os juros altos no Brasil e nos Estados Unidos, dinheiro novo começa a fluir no mercado de venture capital brasileiro.

A DGF, uma das casas mais tradicionais de venture capital do mercado brasileiro, conseguiu R$ 200 milhões no first closing de seu oitavo fundo, que pretende atingir R$ 300 milhões.

E o Patria captou R$ 157 milhões em apenas três semanas para o fundo Patria Igah Blend que vai alocar em dois fundos da Igah Ventures, que agora faz parte do Patria High Growth, nova vertical que uniu a estratégia de venture capital e growth da gestora.

Apesar disso, segue sendo muito difícil convencer os investidores a investir na classe de ativos de venture capital. O NeoFeed apurou que há mais de 40 fundos que estão captando recursos com investidores no Brasil neste momento. E a maioria deles está com bastante dificuldade de atingir as metas propostas.

“Os gestores que têm melhor contato com investidores estrangeiros estão conseguindo avançar. Os que dependem de investidores brasileiros estão com mais problemas”, diz uma fonte do setor.

Ao mesmo tempo, os investimentos em startups estão voltando lentamente no mercado brasileiro. Em 2024, as startups locais captaram US$ 2,14 bilhões, alta de 13,83% sobre o ano anterior (US$ 1,88 bilhão), segundo dados da Distrito.

Para efeito de comparação, com exceção de 2023, período que ficou conhecido como o inverno das startups, o volume só é maior do que 2018, quando as empresas inovadoras brasileiras receberam US$ 1,4 bilhão.

Nos três primeiros meses de 2025, o volume aportado nas startups brasileiras seguiu tendência de alta e atingiu US$ 371,7 milhões, avanço de 5% em comparação ao mesmo período do ano passado, de acordo com a Distrito. O número de rodadas, no entanto, caiu 27,7% no período, para 81 transações.

Uma das tendências detectadas pela pesquisa da Distrito no começo deste ano foi o aumento de M&As entre startups. Nos três primeiros meses de 2023, foram 53 transações no Brasil, crescimento de 35%.



Fonte ==> ONU

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