A Brainvest Wealth Management foi fundada em Genebra, em 2003, mas fala português fluente. A gestora global de grandes fortunas foi fundada por Dany Roizman e outros ex-sócios da Hedging Griffo que decidiram se dedicar a atender apenas seus clientes. Com mais de US$ 5 bilhões em ativos gerenciados na Suíça, nos Estados Unidos e no Brasil, a empresa deu mais um passo importante no Brasil.
“Vemos cada vez mais as famílias buscando comprar tempo e não apenas produtos financeiros. A Milenium traz grande expertise em governança corporativa para nós, importante para atender famílias empresárias, uma complementaridade para nós”, diz Fernando Gelman, CEO global da Brainvest, ao NeoFeed.
A Milenium atende a cerca de 150 grupos familiares, com clientes no Brasil e no exterior e mira um público com pelo menos R$ 5 milhões em patrimônio. Para ela, a sociedade ajuda a atender um público mais sofisticado que busca uma gestão de investimentos, já que eles não são gestora, e mais robustez na análise internacional. A aproximação aconteceu entre amigos em comum.
Jan Gunnar Karsten, sócio e CEO Brasil da Brainvest, não nega que o ‘namoro’ com a sociedade minoritária pode terminar em casamento. “Sem dúvidas esse compromisso hoje mais sério com uma participação minoritária pode virar casamento e dar em uma futura união lá na frente. A ideia é ver como as sinergias são exploradas e como cada lado está adicionando valor para o negócio”, afirma.
Um mercado em transformação
O movimento entre Brainvest e Milenium ocorre em um momento de consolidação no mercado de wealth management brasileiro, com grandes bancos comprando participação ou o controle de players independentes. A aquisição do BTG Pactual da JGP Wealth e do Julius Baer são exemplos. Por isso, boutiques buscam alianças estratégicas para expandir capacidades sem perder a autonomia.
“Esse processo de consolidação não tem volta. O que vemos nos Estados Unidos, com gestores independentes que chegam a trilhões de dólares sob gestão, deve acontecer no Brasil, ainda que em outra escala”, afirma Karsten.
Na Brainvest, essa foi a quarta aquisição desde a entrada da americana Merchant Investment Management, que tem mais de 100 parcerias com empresas de gestão de patrimônio no mundo e aproximadamente US$ 230 bilhões em ativos no seu ecossistema. Em 2021, a americana adquiriu 20% da gestora de fortunas.
Segundo Gelman, a Brainvest busca parcerias que tragam capital intelectual, capacidades complementares, presença regional ou tecnologia, e não apenas crescimento por aquisição.
“Fizemos poucos e bons negócios, sempre para agregar valor real ao cliente. Não é uma meta, mas vemos oportunidades de atrair bons profissionais para o nosso ecossistema e se a cultura encaixa, dá certo”, afirma o CEO global da Brainvest.
Com essa transação, a Brainvest mostra o seu apetite por continuar crescendo no Brasil, onde tem um terço do seu patrimônio sob gestão. Mas a empresa também tem reforçado suas outras duas operações.
Na Suíça, a empresa reforçou seu time com bankers para atender clientes brasileiros e mexicanos, ampliando a base de clientes latinos na região. Nos Estados Unidos, contratou um executivo americano para liderar a expansão no mercado local, onde já atende clientes brasileiros e latino-americanos.
“Continuamos olhando esses três mercados com grande potencial de crescimento na nossa expertise de atender clientes latinos internacionalizados. Vemos que as famílias latinas tem cada vez mais membros vivendo em diferentes fusos e países, e precisamos atender essas famílias em cada geografia com mentalidade local”, diz Gelman.
Fonte ==> NEOFEED