Prefeito de Palmas reassume cargo após prisão pela PF – 17/07/2025 – Poder

Prefeito de Palmas reassume cargo após prisão pela PF - 17/07/2025 - Poder

O prefeito de Palmas, Eduardo Siqueira Campos (Podemos), vai reassumir o mandato três semanas após ter sido detido e afastado da função por ordem do STF (Supremo Tribunal Federal).

Siqueira Campos fez uma live na noite desta quinta (17) festejando a decisão e transmitiu ao vivo a recepção com apoiadores na capital do estado.

No dia 27 de junho, a PF deflagrou nova fase da Operação Sisamnes, que investiga suposto esquema de vazamento e venda de decisões no STJ (Superior Tribunal de Justiça) com a participação de servidores públicos.

Siqueira Campos foi preso na ocasião, assim como o advogado Antônio Ianowich Filho e o policial civil Marco Augusto Velasco Nascimento Albernaz. Além disso, foram realizadas três buscas e apreensões e a aplicação de medidas cautelares diversas.

As medidas foram autorizadas pelo ministro Cristiano Zanin, do STF (Supremo Tribunal Federal).

De acordo com nota divulgada pela PF, “a apuração revelou indícios de que informações confidenciais estariam sendo antecipadamente acessadas, articuladas e repassadas a investigados, com o envolvimento de agentes públicos, advogados e operadores externos”.

A Polícia Federal disse ainda que o grupo é suspeito de utilizar desses dados sensíveis para proteger aliados, frustrar ações policiais e construir redes de influência.

Na ocasião, Siqueira Campos disse que a investigação não é sobre o mandato atual e que tudo será esclarecido. “Neste momento, é importante prestar todos os esclarecimentos e manter preservadas a população de Palmas e a gestão municipal”, afirmou em nota ao ser preso.

No dia 8 de julho, o político sofreu um infarto agudo do miocárdio no quartel onde estava preso e precisou passar por um cateterismo de emergência.

O STF concedeu prisão domiciliar para o prefeito após o episódio.

Em publicação no seu Instagram nesta quinta, Siqueira Campos afirmou que volta ao cargo com o “coração renovado física e espiritualmente” e de “mãos limpas”, “sempre acreditando na Justiça brasileira e sempre respeitando todas as autoridades em todos os níveis”.

Também disse que “não carrega mágoas”. “Com a certeza e a consciência limpa e com um coração novo é que estou de volta”, afirmou.

Em maio, a operação Sisamnes teve como foco o empresário Diego Cavalcante, suspeito de ser operador financeiro do esquema de vendas de decisões judiciais por meio do lobista Andreson Gonçalves, que atuava em gabinetes do STJ.

As investigações apontam que ele recebeu transferências bancárias de R$ 6,5 milhões de uma empresa de Andreson e depois sacou uma parte do valor em dinheiro vivo.

Segundo a PF, os alvos desta ação são investigados porque realizaram atos graves de obstrução da Justiça visando a embaraçar a execução das medidas judiciais cumpridas na quinta fase da operação, deflagrada na mesma semana.

Em maio, o prefeito negou ter cometido irregularidades e disse que não mantinha “fontes privilegiadas em tribunais ou em qualquer outra instância do Poder Judiciário”.

Em novembro de 2024, a PF cumpriu, na mesma operação, 23 mandados de busca e um de prisão contra advogados, lobistas, empresários, assessores, chefes de gabinete e magistrados suspeitos de envolvimento na venda de decisões judiciais.

Na época, foram alvos de medidas de busca desembargadores do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, os chefes dos gabinetes dos ministros do STJ Isabel Gallotti e Og Fernandes (Daimler Alberto de Campos e Rodrigo Falcão de Oliveira Andrade, respectivamente) e o assessor Márcio José Toledo Pinto, que trabalhou nos gabinetes de diversos ministros.



Fonte ==> Folha SP

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