Fé, gestão e impacto: os bastidores da organização de um dos maiores eventos religiosos do Brasil

Marcha para Jesus
Marcha para Jesus

Por trás de toda grande mobilização pública existe uma estrutura que exige planejamento, logística e liderança.

A Marcha para Jesus, um dos maiores eventos religiosos do país, é um exemplo emblemático de como fé e gestão caminham lado a lado na construção de experiências que reúnem multidões e movimentam a economia local. Em 2025, Florianópolis sediará a 23ª edição da Marcha, que há mais de duas décadas integra o calendário oficial da capital catarinense, reconhecida como Patrimônio Cultural Imaterial de Santa Catarina.

O evento, organizado pelo Conselho de Pastores de Florianópolis (Conpaf) e presidido pelo pastor Júnior Batista, mobiliza centenas de voluntários, equipes técnicas e órgãos públicos para garantir segurança, estrutura e acessibilidade. São semanas de reuniões, autorizações e alinhamentos operacionais que envolvem a prefeitura, forças de segurança, secretarias municipais e conselhos de pastores de toda a região metropolitana.

Segundo os organizadores, a Marcha para Jesus de Florianópolis deve reunir mais de 50 mil pessoas em 2025. A concentração ocorrerá no Parque de Coqueiros, com trajeto até a Beira-Mar Continental. A programação contará com grandes nomes da música cristã, como Sarah Beatriz, Jefferson & Suellen, Renascer Praise e Allan Machado, além de momentos de oração e intercessão pela cidade.

A magnitude do evento o coloca entre as maiores celebrações religiosas do país, atrás apenas da Marcha para Jesus de São Paulo. Mas o impacto vai além do espiritual. Estudos de mercado sobre turismo religioso apontam que eventos dessa dimensão movimentam milhões de reais em hospedagem, transporte, alimentação e comércio. Florianópolis, que já recebe milhares de visitantes no feriado prolongado de outubro, vê o turismo ser impulsionado pela Marcha, com alta na ocupação hoteleira e aumento do consumo local.

De acordo com o pastor Júnior Batista, o crescimento da Marcha é resultado de uma combinação entre propósito e profissionalismo. “A fé é o que nos move, mas a organização é o que nos sustenta. Cada edição é planejada como um grande projeto, com atenção à segurança, à mobilidade e à experiência de cada participante. O resultado é um evento que une espiritualidade e eficiência”, afirma.

Para o bispo Gabriel Rocha, coordenador da Marcha, a força do evento está no seu modelo colaborativo. “São centenas de pessoas trabalhando juntas, igrejas de diferentes denominações unidas em um mesmo propósito. A Marcha é um exemplo de gestão compartilhada, em que cada um contribui com o que sabe fazer melhor. Isso cria um senso de pertencimento e responsabilidade coletiva”, destaca.

Nos bastidores, o sucesso da Marcha se explica por uma estrutura logística comparável à de grandes festivais. São montados palcos, sistemas de som e iluminação profissional, postos médicos, equipes de limpeza, segurança e transporte de apoio. Tudo é pensado para que o evento ocorra com fluidez e segurança, em um ambiente familiar e acessível. A cada edição, a experiência acumulada permite ajustes e aprimoramentos que tornam a Marcha um modelo de organização para outros eventos religiosos no país.

Além do impacto direto na economia, a Marcha também fortalece o capital social. As ações de voluntariado e as iniciativas de solidariedade organizadas paralelamente ao evento envolvem arrecadação de alimentos, campanhas sociais e programas comunitários, ampliando o alcance da fé para além das ruas.

A combinação entre gestão eficiente e propósito coletivo transformou a Marcha para Jesus em um case de sucesso. O evento, que nasceu de uma mobilização espiritual, hoje representa também um modelo de governança e colaboração. Em um cenário em que o turismo religioso cresce cerca de 10% ao ano no Brasil, movimentos como esse mostram que fé, planejamento e resultados econômicos podem caminhar juntos.

Florianópolis, ao sediar sua 23ª edição, reforça sua posição como uma das capitais mais organizadas e influentes no calendário nacional da fé. A Marcha para Jesus não é apenas um evento, é um exemplo de gestão moderna aplicada a um propósito eterno.

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