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Apesar da queda de 17% no fluxo de clientes em 2025, o Grupo Madero aposta em dark kitchens Jerônimo em 120 unidades Madero e no lançamento nacional das empanadas, focando em delivery, para compensar o cenário desafiador.
No terceiro trimestre de 2025, a receita líquida foi de R$ 489 milhões (+2,3%), Ebitda ajustado de R$ 139 milhões (+3,4%), margem de 21,6%, e lucro líquido de R$ 23,1 milhões (revertendo prejuízo anterior). A dívida líquida caiu 24,6%, para R$ 741 milhões.
O formato híbrido Madero & Jerônimo elevou receita das lojas em 19,5%. O grupo planeja converter até 26 lojas para esse modelo e, com as dark kitchens, projeta R$ 40-50 mi extras em 2026, além de R$ 80-90 milhões com empanadas, que terão quatro sabores e aposta na aceitação do delivery.
* Resumo gerado por inteligência artificial e revisado pelos jornalistas do NeoFeed
O Grupo Madero mal entregou o resultado do terceiro trimestre deste ano e a cabeça de Junior Durski já está nos números de 2026. O CEO e fundador da rede de restaurantes projeta adicionar entre R$ 130 milhões e R$ 140 milhões em receita no ano que vem.
Duas estratégias fazem Durski calcular esses números. A primeira é a implementação de dark kitchens da marca Jerônimo dentro de 120 restaurantes Madero para atender o delivery. E a segunda é o lançamento nacional das empanadas criadas por ele, que estavam em fase de testes na região Sul.
“Perdemos 17% de fluxo nos restaurantes este ano. Sabendo que o ano que vem vai ser muito difícil, fomos buscar oportunidades”, diz o fundador das marcas Madero e Jerônimo ao NeoFeed.
No terceiro trimestre de 2025, o grupo registrou receita líquida de R$ 489 milhões, um crescimento de 2,3% em relação ao mesmo período de 2024. O Ebitda ajustado foi de R$ 139 milhões, alta de 3,4% na mesma base de comparação. A margem desse indicador foi de 21,6%.
O destaque foi a reversão do prejuízo de R$ 2,3 milhões de julho a setembro de 2024 para um lucro líquido de R$ 23,1 milhões no mesmo período de 2025. E a dívida líquida caiu 24,6%, para R$ 741 milhões, com alavancagem estável em 1,2. A companhia encerrou o trimestre com caixa e aplicações financeiras de R$ 357,8 milhões.
“Em um cenário realmente desafiador, o índice de endividamento continua totalmente controlado e a dívida caindo. E já passamos de R$ 315 milhões de Ebtida ajustado no ano, com margem de 22%”, afirma Ariel Szwarc, que comandou a área financeira por 10 anos e passa a ser o chairman.
Nessa reorganização, Fernando Borges, representante da SPX, que detém pouco menos de 35% das ações do Grupo Madero, passa a ser o vice-presidente do conselho de administração. E o novo CFO será Bruno Gentil, que vem do mundo da telecom – primeiro na então GVT e, mais recentemente, como diretor de negócios e suporte ao cliente da TIM.
No terceiro trimestre, as 57 unidades no formato híbrido Madero & Jerônimo se consolidaram como uma das principais alavancas de crescimento do grupo. As lojas com as duas marcas apresentaram crescimento de 19,5% na receita líquida e de 16,6% nas vendas nas mesmas lojas (SSS) em comparação ao mesmo período de 2024.
Essa estratégia, explica Durski, funciona melhor quando implementada em unidades Jerônimo. “Quando pegamos um Jerônimo e acoplamos um Madero nele, o faturamento aumenta de 25% a 40%, dependendo do lugar.”
Como a despesa fixa já estava paga, o impacto no Ebitda é maior e o cálculo da rede é que quando se aumenta 25% o faturamento do restaurante Jerônimo com a entrada do Madero, o Ebitda sobe 90%.
Mas o movimento inverso é ineficiente. Um Jerônimo dentro do Madero canibaliza as vendas e reduz as margens. Por isso, os contêineres do Madero não vão receber o Jerônimo.
O plano é converter entre 25 e 26 lojas para o modelo híbrido e depois encerrar essa estratégia. O grupo encerrou o período com 336 restaurantes em operação.
Dark Kitchens e empanadas
Se o modelo híbrido de um Jerônimo dentro do Madero está descartado, o grupo vai instalar cozinhas da sua marca mais popular dentro de 120 unidades do Madero.
As dark kitchens estarão em locais onde as duas lojas não estão próximas. Além disso, o grupo não precisará fazer um desembolso adicional de Capex para montar a estrutura – será necessária uma nova chapa e dois funcionários dedicados.
“Até 15 de janeiro teremos mais 120 restaurantes Jerônimo no iFood, na 99Food e outros delivery. Com isso, vamos ter alguma coisa entre R$ 40 milhões e R$ 50 milhões extras de receita”, diz o CEO.
A aposta digital do grupo também está no lançamento de um novo produto. Após um ano de desenvolvimento na cozinha central da cidade paranaense de Ponta Grossa, Durski vai lançar nacionalmente até 25 de novembro as empanadas Madero (elas estarão no cardápio, mas o foco é ter o delivery como principal canal).
Os estudos do grupo para aceitação do produto no delivery mostraram que a praticidade de comer em casa, o preço baixo (R$ 13 a unidade) e a manutenção da temperatura ideal por até 50 minutos após o aquecimento, em razão das características da massa assada, agradam os consumidores.
As empanadas têm quatro sabores – carne bovina (feita com bife de chorizo), cordeiro, queijo com cebola (a tradicional argentina) e frango – esta com a receita do recheio do empadão da mãe de Junior Durski.
“Só no delivery e com os parceiros que nós temos vamos vender no ano que vem 17 milhões de empanadas. Vamos ter uma receita extra entre R$ 80 milhões e R$ 90 milhões com as empanadas”, afirma Durski, com base nos resultados obtidos no Sul, onde o produto está disponível.
Fonte ==> NEOFEED