O relógio da Reforma Tributária já começou a correr e o ano de 2026 será o verdadeiro ano teste para o sistema tributário brasileiro. A partir de 1º de janeiro de 2027, as novas regras entram definitivamente em vigor. Até lá, o governo, as empresas e os profissionais das áreas contabeis, fiscal e tributária têm apenas um ano e dois meses para revisar processos, corrigir não conformidades e aproveitar o que pode ser a última grande oportunidade de recuperação de créditos tributários “ocultos”.
Um dado que acendeu o alerta: R$ 470 bilhões “esquecidos”
Em 22 de novembro de 2022, o STF divulgou um número que chocou o mercado: R$ 470 bilhões em créditos tributários “ocultos”, valores não aproveitados por empresas em razão de falhas contábeis, parametrizações erradas, interpretações equivocadas da legislação, alteração da caracteristica da conta contabil ignorando o conceito mais básico da contabilidade.
Na prática, trata-se de dinheiro parado dentro das próprias empresas, muitas vezes sem que os empresários ou seus contadores sequer saibam disso.
Esses créditos em especial estão relacionados ao conceito de despesas aplicado ao regime fiscal lucro real. E, com a transição tributária que se aproxima, o tempo para reaver esses valores está se esgotando. E se voce acha que sua empresas já fez de tudo sinto lhe dizer que voce esta terrivelemnte equivocado.
2026: o último ensaio antes do novo sistema
O ano de 2026 será o período de transição e preparação para a Reforma. A partir de 1º de janeiro de 2027, o novo sistema tributário entra em operação, sem volta.
Por isso, 2026 é o marco zero: a chance de ajustar as engrenagens, revisar o passado e preparar o futuro.
“Quem não aproveitar 2026 para revisar sua estrutura fiscal vai começar 2027 pagando caro, e não apenas em impostos”, alerta Luciano Menezes, presidente da B2WE Assessoria Tributária e Empresarial.
Ações práticas e urgentes para as empresas
O empresário precisa encarar 2026 com planejamento de guerra fiscal, contábil e tributária.
Veja alguns pontos que definem se uma empresa está realmente pronta:
- Revisão tributária e fiscal completa – identificar créditos não aproveitados e possíveis passivos ocultos;
- Mapeamento de não conformidades – ajustar procedimentos antes que se tornem autuações no novo sistema;
- Capacitação do time contábil e fiscal – garantir que todos conheçam os impactos da reforma e saibam operar o novo modelo;
- Criação de um comitê de transição tributária – com participação de jurídico, contabilidade e compliance;
- Simulações financeiras e estratégicas – entender como as mudanças afetarão preços de compras, preços de vendas, margens de lucors e fluxo de caixa.
“Empresas que esperarem até 2027 para entender a Reforma estarão literalmente pagando para ver — e essa conta será alta”, reforça Menezes.
Conversas que precisam acontecer agora
Você já conversou com o seu contador sobre a Reforma Tributária?
Seu contador já conversou com você?
E o seu jurídico, está preparado para orientar sobre os impactos legais e contratuais das mudanças?
Sua equipe de compliance já mapeou os riscos fiscais dessa transição?
E o seu CEO e CFO, já intimou esse time todo?
Se a resposta for não, é hora de montar uma equipe paralela de especialistas para o período de teste. “Essa equipe precisa atuar como conselho consultivo de transição tributária, focada em revisar, corrigir e preparar a empresa para o novo modelo”, explica Menezes.

O risco de deixar para a última hora
O brasileiro tem o hábito de resolver tudo em cima do prazo. Mas, no caso da Reforma Tributária, a procrastinação custa caro.
“Deixar para depois pode significar um milhão ou milhões de reais a menos no caixa. O tempo de revisão é agora. O período de transição é uma janela, e ela se fecha em 31 de dezembro de 2026”, conclui Menezes.
Linha do tempo da Reforma
- 22/11/2022 – Créditos Ocultos, R$ 470 bilhões em créditos tributários não aproveitados;
- 01/01/2026 – Início oficial do ano teste da Reforma Tributária;
- 31/12/2026 – Prazo final para revisão fiscal e aproveitamento dos créditos ocultos;
- 01/01/2027 – Entrada definitiva do novo modelo tributário no Brasil.
Conclusão
O Marco Zero da Reforma Tributária não é apenas uma data, é um divisor de águas.
Empresas que agirem agora terão vantagem competitiva, previsibilidade e fôlego financeiro.
As que ignorarem o alerta vão descobrir, tarde demais, que a Reforma não veio para mudar o sistema, veio para separar quem se preparou de quem vai pagar a conta.
Por Luciano Menezes, CEO da B2WE Assessoria Tributária e Empresarial