A gigante americana Adobe tentou, em 2023, comprar a empresa americana de software Figma por US$ 20 bilhões, mas desistiu do negócio. Hoje, dois anos depois, no primeiro dia da listagem de suas ações na Bolsa dos Estados Unidos, a Figma vale mais do que o triplo, algo perto de US$ 65 bilhões.
Logo nos primeiros minutos na estreia na Nasdaq, os papéis da empresa tiveram uma valorização acima de 250%, em uma das ofertas públicas iniciais mais impactantes nos Estados Unidos nos últimos anos. As ações abriram a US$ 85, mais que o dobro do preço do IPO, estimado em US$ 33.
Em seu primeira dia de negociação, os papeis da Figma fecharam cotados a US$ 115,50, o que representava uma valorização de 250%. O IPO da Figma avaliou a empresa em mais de US$ 19 bilhões em uma base totalmente diluída.
Durante o roadshow que a empresa fez para potenciais investidores, os pedidos já foram muito significativos, o que fez com que a empresa aumentasse a faixa de preço da oferta no início desta semana de US$ 25 a US$ 28 por ação para US$ 30 a US$ 32. Ainda assim, o valor acabou sendo um dólar acima.
O mercado de IPOs dos EUA estava inativo desde que o aumento das taxas de juros em 2022 levou os investidores a reavaliar as altas avaliações que estavam dando a startups que vinham ganhando atenção do mercado. Mas a atividade se recuperou à medida que as empresas começaram a aceitar avaliações mais modestas.
Antes da estreia da Figma, os IPOs tradicionais dos Estados Unidos haviam levantado mais de US$ 19 bilhões até agora em 2025, de acordo com a plataforma de mercados financeiros Dealogic. O total arrecadado neste ano pode superar os recursos de IPOs dos últimos três anos.
Uma série de IPOs recentes, como a operadora de data center CoreWeave e a emissora de stablecoin Circle aumentaram suas avaliações pós a listagem, incentivando outras startups. O mercado de IPOs melhorou no segundo trimestre, com 59 ofertas levantando US$ 15 bilhões, acima das 45 ofertas que levantaram US$ 11,2 bilhões nos primeiros três meses do ano, de acordo com a S&P Global.
A Figma desenvolve ferramentas colaborativas para a criação de aplicativos ou sites, usadas por empresas como Airbnb, Uber e Netflix. A empresa californiana foi fundada em 2012 por dois amigos que se conheceram na Universidade Brown.
Ela começou a preparar o terreno para um IPO depois justamente que Adobe recuou, em dezembro de 2023, de um acordo de aquisição que havia anunciado em setembro de 2022. A desistência teve relação com questões regulatórias e potenciais preocupações de problemas de concorrência e gerou uma multa de US$ 1 bilhão à Adobe.
No ano passado, a empresa registrou receita de US$ 749 milhões, um aumento de 48% em relação ao ano anterior. No primeiro trimestre de 2025, a alta acumulada foi de 46%.
Ainda em 2024, a Figma registrou um prejuízo líquido de US$ 732 milhões no ano passado, em grande parte graças à decisão de cobrir os impostos associados aos funcionários que vendem suas ações em uma oferta pública única.
Dylan Field, cofundador e CEO da Figma, manterá o controle da empresa após o IPO, por meio de ações com supervoto. Outras empresas de tecnologia se preparam para listar suas ações na Bolsa de Nova York, como a provedora de pagamentos Klarna e a plataforma de ingressos online StubHub.
Fonte ==> NEOFEED