Após Operação Carbono Oculto, executivos compram controle da Reag de João Carlos Mansur

Após Operação Carbono Oculto, executivos compram controle da Reag de João Carlos Mansur

Dez dias depois da Operação Carbono Oculto, um grupo de executivos da Reag capitaneados por Dario Tanure está comprando a gestora do controlador João Carlos Mansur em uma tentativa de controlar a crise reputacional após a operação da Polícia Federal.

Em fato relevante, a Reag informou que o acordo envolve a compra da fatia de 87% que Mansur detinha na gestora por R$ 100 milhões em assunção de dívidas referentes a empresas adquiridas nos últimos anos. Pelo acordo, Mansur terá direito a receber 5% da receita da gestora por cinco anos e ainda levar uma fatia de 15% do valor da transação no caso de venda da gestora.

“A decisão da operação foi tomada com o objetivo de proteger a integridade e a reputação da REAG Investimentos S/A, seus colaboradores, clientes e acionistas, diante das recentes e infundadas especulações às quais a companhia foi submetida, sendo esta a medida mais prudente para assegurar que a condução dos negócios e a governança corporativa permaneçam inabaláveis, sem qualquer interferência de tais narrativas”, informa um trecho do fato relevante.

A Reag, que foi listada na bolsa em um IPO reverso, agora terá de mostrar que vai conseguir afastar a crise reputacional e que a asset e o wealth management estão imunes a problemas financeiros. Segundo apurou o NeoFeed, o objetivo, assim que a transação for concretizada, é buscar um novo sócio para a gestora.

A empresa, por exemplo, administra vários fundos do Banco Master, de Daniel Vorcaro. E na operação Carbono Oculto, estão sendo investigados alguns, como o Reag High Yield Fundo de Investimento em Direitos Creditórios.

Em nota ao NeoFeed, na época da operação, a Reag informou que “diversos Fundos de Investimentos mencionados na Operação nunca estiveram sob sua administração ou gestão”.

E acrescentou que “quanto aos Fundos de Investimento apurados em que a empresa atuou como prestadora de serviço, informa que agiu de forma regular e diligente. Cumpre registrar que tais fundos foram, há meses, objeto de renúncia ou liquidação.”

A gestora, fundada em 2012, teve um crescimento explosivo nos últimos cinco anos, passando de R$ 25 bilhões para os atuais R$ 341 bilhões. O salto aconteceu via aquisições, com as compras das gestoras Rapier e Quadrante, além da corretora de seguros baiana Touareg.

No ano passado, adquiriu a gestora Empírica, especializada em operações de crédito, a Quasar, de operações estruturadas e special situations, e 25% da Confrapar, entrando em private equity. Em dezembro, comprou o multifamily office Berkana Investimentos e a gestora Hieron Patrimônio Familiar.

Entre gestores de asset e wealth management, ouvidos pelo NeoFeed no dia da Operação Carbono Oculto, a Reag era tida como um player que fazia operações mais “criativas” no mercado, seja para tentar diminuir impostos ou outras questões.

Investidores ouvidos pelo NeoFeed também disseram que, sempre que a empresa era estudada, achavam-se muitos fundos sobre fundos com estruturas difíceis de serem rastreadas.



Fonte ==> NEOFEED

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