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No terceiro trimestre de 2025, o Azzas 2154 cresceu 4,4% em receita bruta (R$ 3,7 bi) e 22,9% em lucro líquido recorrente (R$ 201 mi); o Ebitda ficou estável (R$ 477 mi, margem de 16,1%). O resultado foi impulsionado pelo controle de despesas e ganhos operacionais, além do avanço de Fashion Women, com destaque para a Farm Rio (+41% no exterior), e Fashion Men, com Ebitda anual acima de 30%.
A unidade Basic/Hering passa por reestruturação liderada por David Python, que prevê centralização em Blumenau, revisão do portfólio e modelo de franquias, e ajuste do ciclo de produto para reduzir estoques e melhorar rentabilidade. A Shoes & Bags, apesar da retração de 5,6% na receita – impactada pelo ciclo global desfavorável da Vans – passou a ser liderada por Rafael Sachete.
* Resumo gerado por inteligência artificial e revisado pelos jornalistas do NeoFeed
O terceiro trimestre de 2025 marcou um novo capítulo no Azzas 2154. Enquanto o grupo registrou crescimento de 4,4% da receita bruta, para R$ 3,7 bilhões, com ganhos de rentabilidade, o movimento mais simbólico veio na vertical Basic, responsável pela marca Hering, que inicia uma transformação estrutural sob liderança de David Python.
“Foi um trimestre de resultados heterogêneos. Temos negócios em estágios diferentes de maturação”, diz Alexandre Birman, CEO do Azzas 2154, ao NeoFeed. “Enquanto algumas marcas crescem com alta rentabilidade, outras estão em fase de virada e ajustes operacionais.”
O lucro líquido recorrente do grupo formado pela fusão entre Arezzo&Co e Grupo Soma foi de R$ 201 milhões no terceiro trimestre deste ano, avanço de 22,9% na comparação ano contra ano, e o Ebitda ficou estável em R$ 477 milhões, com expansão de margem para 16,1%. Excluindo os efeitos da Hering, a margem subiria para 18,4%, o que evidencia o peso da reestruturação em curso na divisão.
O desempenho do grupo foi sustentado pelo maior controle de despesas (recuo de 2,3%) e por ganhos de eficiência operacional. A margem bruta chegou a 54,7%, um avanço de 0,3 ponto percentual em relação a 2024, reflexo de menor nível de descontos e de um mix mais rentável de canais próprios.
No acumulado dos nove meses de 2025, a receita bruta somou R$ 10,6 bilhões, alta de 9,8%, e o lucro líquido recorrente atingiu R$ 602,7 milhões, crescimento de 42,9% sobre o mesmo período do ano anterior.
As verticais de Fashion Women e Fashion Men, sob a liderança de Ruy Kameyama mantiveram o ritmo de expansão, impulsionadas pela Farm Rio, que cresceu 41% no exterior. A unidade feminina registrou aumento de 18,2% nas receitas e segue expandindo sua presença global.
O vestuário masculino segue a estratégia de priorizar margens em vez de volume, o que garantiu avanço de 5,4% nas vendas e salto superior a 30% no Ebitda acumulado do ano.
Em transformação
A mexida mais recente do Azzas aconteceu na unidade Basic. Thiago Hering deixou a liderança do negócio, que passa a ser comandada por David Python, um ex-Arezzo&Co que saiu para cofundar a marca de sneakers Cariuma – ela está em diligência para ser incorporada ao portfólio do Azzas.
De volta ao grupo após quase uma década, Python chega com a agenda de reposicionar o portfólio da Hering, rever o modelo de franquias e otimizar o capital de giro.
Um dos pilares é mudar o ciclo de produto – de “comprar para vender” para “vender para comprar” – reduzindo riscos de estoque e melhorando a rentabilidade. A marca e todo o C-Level também estão de mudança e a operação será centralizada na cidade catarinense de Blumenau.
“Nosso foco é aumentar o retorno sobre o capital investido, aprimorar o marketing e reconectar a Hering com seu público tradicional. Temos uma rede de 200 franqueados com enorme valor e um time muito engajado”, afirma Python.
Segundo Birman, os primeiros efeitos de todas as mudanças feitas pelo Azzas neste ano devem aparecer ao longo de 2026.
“As marcas que hoje estão sob ajuste já começarão a mostrar melhora no quarto trimestre. No caso da Hering, é um processo estrutural, mas que vai colocar a unidade em um novo patamar”, diz o CEO do Azzas 2154.
Há cerca de 45 dias no comando de Shoes & Bags, o ex-CFO Rafael Sachete está conduzindo um processo de reforço na execução e na eficiência comercial da divisão. A direção financeira ficou sob os cuidados de Eric Alencar, um ex-Aché.
A unidade que reúne as marcas Arezzo, Schutz, Anacapri, Alexandre Birman e Vans apresentou retração de 5,6% na receita, pressionada pelo ciclo global desfavorável da Vans – houve um recuo de cerca de 9% reportada pela controladora VF Corporation, a empresa americana que também controla outras marcas como The North Face, Timberland e Supreme – e esse efeito global impactou a performance da operação no Brasil.
“Há mais de dois anos nós só crescemos a Vans aqui no Brasil. Então, dobramos o share da Vans a nível geral, que saiu de 2% da receita para 4% da receita global da marca”, diz Birman.
“Mas a Vans não terá uma trajetória mais de crescimento de 15% a 20% igual foi desde que trouxemos a marca para casa”, complementa.
A ação AZZA3 acumula queda de 2,9% neste ano na B3. O valor de mercado do grupo Azzas 2154 é de R$ 5,8 bilhões.
Fonte ==> NEOFEED