Ceron: Estados Unidos seguem parceiros apesar de tarifaço – 05/08/2025 – Mercado

Um homem está sentado em uma mesa, vestindo um terno azul. Ele tem cabelo curto e está olhando para o lado com uma expressão séria. Na mesa, há um copo. O fundo é neutro, com uma parede clara.

O secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, afirmou nesta terça-feira (5) que o governo Lula (PT) está buscando o diálogo com os Estados Unidos em meio ao plano americano de sobretaxar parte das exportações brasileiras em 50%.

Ceron falou em “avanços importantes nessa aproximação” e declarou que o país do presidente Donald Trump continua sendo um parceiro comercial do Brasil.

“A gente espera, por um lado, que consiga convergir. Tem uma relação histórica com o governo americano, e vai continuar. É um parceiro, um amigo do Brasil, e a gente vai encontrar um caminho”, disse o secretário em entrevista no Rio de Janeiro.

Antes de conversar com a imprensa, Ceron participou do 2º Encontro do Centro de Política Fiscal e Orçamento Público, realizado pelo FGV Ibre (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas).

Em um discurso na abertura do evento, o secretário disse que a política fiscal deve ser analisada em conjunto com outras variáveis e também serve de instrumento para “conquistas” na área social.

Nesse sentido, ele destacou indicadores como a queda do desemprego e da desigualdade em meio à adoção de medidas como a valorização do salário mínimo.

“Vejo a política fiscal indo para um patamar que seria razoavelmente saudável em qualquer outro lugar no mundo”, disse.

A política fiscal do governo Lula é frequentemente questionada por parte dos economistas em setores como o mercado financeiro.

“Se você olhar países comparáveis, o Brasil não está destoante do mundo. Está até bem posicionado, e tem uma característica de dívida em moeda local, uma condição muito melhor, mais razoável de lidar com ela”, afirmou Ceron.

O secretário, porém, reconheceu a existência de desafios, incluindo a pressão de despesas sobre o sistema previdenciário.

“Quando você olha um horizonte de dez anos, inevitavelmente é um debate a ser feito”, disse.

“Já falei isso em algumas entrevistas com algum cuidado: ou a gente se prepara para uma grande reforma, ou o país tem que se acostumar e tornar natural [fazer] pequenas reformas da Previdência”, acrescentou, em outro momento do encontro.

PLANO CONTRA TARIFAÇO

Sem entrar em detalhes, o secretário reafirmou que o governo Lula trabalha em um plano para mitigar os efeitos do tarifaço dos Estados Unidos.

A ideia, segundo ele, é preservar empresas e trabalhadores de atividades que podem ter exportações sobretaxadas em 50% a partir desta quarta (6).

“Não posso realmente antecipar [as medidas], mas é óbvio que o espírito do conjunto de apoio é preservar as empresas, as atividades e os trabalhadores. Existem inúmeras possibilidades, mas o objetivo sempre é esse.”



Fonte ==> Folha SP

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