Comércio exterior: como empresas brasileiras podem ganhar espaço no mercado global

O comércio exterior brasileiro vive um momento de retomada e reposicionamento estratégico.

Em 2023, o país registrou um superávit comercial de mais de US$ 98,8 bilhões, segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), impulsionado principalmente pelas exportações de commodities, mas também por uma presença crescente em segmentos de maior valor agregado. Para empresas de diferentes portes, a internacionalização deixou de ser um diferencial e passou a ser uma necessidade para diversificar receitas e ampliar competitividade.

O cenário, no entanto, exige preparo. Barreiras tarifárias e não tarifárias, requisitos sanitários, variações cambiais e a complexidade logística continuam sendo fatores que determinam o sucesso ou o fracasso de uma operação. Além disso, a concorrência global demanda inovação, adaptação cultural e agilidade na negociação.

Para Alessandro Sambaqui de Camargo, empresário com 27 anos de carreira no comércio exterior, que já atuou como agente de carga, trader internacional e fundador de operações de importação e exportação, a chave está em combinar conhecimento técnico e visão estratégica.

“Quem não se prepara nunca estará pronto e estará fadado ao anonimato e à inércia profissional. O comércio internacional não perdoa improvisos”, afirma.

Segundo Alessandro, a preparação envolve desde a compreensão detalhada de acordos comerciais e incentivos fiscais até a escolha de parceiros logísticos confiáveis. Ele destaca, por exemplo, que benefícios fiscais como isenção de ICMS e IPI em operações específicas podem representar uma diferença significativa na margem de lucro, mas exigem conformidade legal e gestão documental precisa.

Outro ponto central é a diversificação de mercados. O Brasil ainda concentra grande parte de suas exportações em poucos destinos, e a ampliação para regiões como Sudeste Asiático, Oriente Médio e África oferece oportunidades pouco exploradas. No entanto, isso implica adaptar estratégias de venda, embalagens e até padrões de qualidade para atender exigências locais.

Para empresas que desejam ingressar ou ampliar sua atuação no comércio exterior, Alessandro recomenda investir na qualificação das equipes, conhecer a fundo as regras de origem e logística internacional e manter uma postura de constante aprendizado. “As crises que vivi, tanto no mercado interno quanto no cenário global, reforçaram que a resiliência e a atualização constante são os maiores ativos de quem atua nesse setor”, conclui.

Com o avanço da digitalização, plataformas de comércio exterior e marketplaces B2B também estão se tornando aliados para aproximar compradores e vendedores de diferentes países, reduzindo intermediários e aumentando a transparência das negociações. Para o empresário, essa é uma tendência que vai moldar o futuro do setor e abrir novas portas para empresas brasileiras que souberem se posicionar estrategicamente.

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