A experiência de gestores do setor privado tem sido observada por pesquisadores e analistas da administração pública como elemento útil para discutir métodos de padronização, revisão de rotinas e clareza procedimental.
A eficiência administrativa voltou ao centro do debate público nos últimos anos. A ampliação da demanda por serviços, a pressão por transparência e a necessidade de segurança jurídica nos atos governamentais colocaram a organização interna das instituições como um dos principais desafios de prefeituras e secretarias pelo país.
Nesse cenário, práticas comuns ao setor privado têm sido analisadas por estudiosos da administração pública, especialmente no que diz respeito à padronização de procedimentos, revisão de fluxos e definição clara de responsabilidades. Entre os profissionais observados nesse contexto está o empresário Victor Rodrigues Favoreto, cuja trajetória reúne experiências distintas em gestão operacional e estruturação de rotinas.
Favoreto atuou em empresas onde a organização de processos internos era central para a operação diária, lidando com definição de etapas, revisão de atividades e análise de pontos de falha. A partir dessa vivência, defende que a clareza procedimental é determinante para o funcionamento de qualquer estrutura, pública ou privada.
“Quando processos são pouco definidos, as decisões se dispersam e o trabalho se torna imprevisível. a gestão começa pelo básico, e o básico é saber como cada etapa deve ocorrer”, afirma.
Embora sua atuação tenha se concentrado no setor privado, temas como documentação, fluxo de tramitação e padronização de rotinas aproximam suas práticas de discussões recorrentes no ambiente público. Pesquisadores da área destacam que a administração municipal, geralmente sobrecarregada por demandas diversas, tende a encontrar gargalos justamente na ausência de procedimentos estáveis.
Favoreto costuma enfatizar a relação direta entre rotina interna e resultado final:
“Nenhuma entrega acontece sem uma estrutura organizada nos bastidores. quando essa base falha, todo o resto é afetado”, observa.
A análise de experiências como a dele tem sido utilizada, em ambientes acadêmicos e institucionais, para discutir possíveis ganhos de eficiência no setor público. A incorporação de metodologias de revisão de processos, indicadores de acompanhamento e redução de etapas desnecessárias aparece como tendência em secretarias e autarquias interessadas em modelos mais previsíveis de gestão.
Especialistas ponderam que a adoção de práticas privadas não significa replicação direta, mas adaptação criteriosa. Ainda assim, trajetórias como a de Favoreto ajudam a ilustrar como questões estruturais — organização, clareza documental, padronização de fluxos — permanecem centrais independentemente do setor.

Q&A – Perguntas e respostas com Victor Favoreto
A seguir, trechos da conversa com o empresário Victor Favoreto, que detalha sua visão sobre organização administrativa e processos internos.
1. Muitos gestores públicos reclamam da complexidade dos processos internos. na sua experiência, o problema é estrutural ou operacional?
“Na maioria das vezes, é operacional. os órgãos até têm normas, portarias e procedimentos, mas eles não são aplicados de forma uniforme. quando cada setor interpreta o processo de uma forma, cria-se uma espécie de ‘gestão paralela’. isso gera atraso, retrabalho e insegurança na tomada de decisão.”
2. A organização de fluxos internos é frequentemente considerada um assunto técnico demais. por que o senhor entende que isso deveria ser visto como prioridade?
“Porque é o que sustenta tudo. antes de aparecer para o cidadão, qualquer política pública passa por uma cadeia de etapas internas. se essa cadeia é frágil, a entrega final também será. eficiência não é um tema estético, é um tema de base.”
3. Há quem critique a ideia de usar métodos do setor privado no setor público. como o senhor enxerga essa discussão?
“Não se trata de copiar modelos. é adaptação. o setor público tem particularidades que precisam ser respeitadas. mas algumas práticas — como revisar fluxos, eliminar etapas redundantes e definir o que cada setor realmente deve fazer — são universais. são instrumentos de organização, não ideologias de gestão.”
As reflexões apresentadas por Victor Favoreto dialogam com debates mais amplos sobre a necessidade de revisão de rotinas administrativas em diferentes níveis de governo. Embora não exista solução única para os desafios da gestão pública, especialistas concordam que processos internos mais claros e estáveis tendem a reduzir falhas, ampliar a rastreabilidade das decisões e fortalecer a execução institucional. As experiências do setor privado, quando analisadas de forma crítica e adaptadas ao contexto público, seguem sendo parte relevante dessa discussão crescente sobre eficiência e governança.
Ficha técnica do entrevistado:
Nome: Victor Rodrigues Favoreto
Naturalidade: Vila Velha (ES)
Profissão: Empresário
Atuação adicional: Pastor, professor e ministro do evangelho
Formação:
• Técnico em Contabilidade – CENEC
• Bacharel em Administração – UNIVES
• MBA em Gestão Empresarial – UNIASSELVI
• Pós-graduação em Gestão de Negócios – UNIVES
• Formação no Centro de Treinamento Bíblico Rhema Brasil – Vitória
• Formação na Escola de Ministros Rhema – Belo Horizonte
• Técnico em Transações Imobiliárias – Colégio Dallas (RJ)