Empresas buscam alternativas para adiar tarifaço (sem esperar o governo federal)

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Brasília – Um homem sempre sorridente para as câmaras e com nome de ator de cinema é uma das apostas dos produtores brasileiros de café para reverter ou pelo menos adiar o tarifaço anunciado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

O americano William “Bill” Murray é CEO da National Coffee Association (NCA), um cargo que ocupa desde 2014. Ele é uma das apostas do Conselho dos Exportadores de Café (Cecafé) para chegar um pouco mais próximo das decisões de Trump.

A saída é uma forma de chamar atenção do círculo do presidente americano, que sempre deu pouca ou nenhuma bola para empresários estrangeiros e, no caso do Brasil, enviou uma carta ao governo Lula com alegações políticas e com argumentos falsos.

Na tarde de quarta-feira, 16 de julho, o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin, se reuniu com integrantes da Câmara Americana de Comércio do Brasil (Amcham Brasil), além de representantes de empresas dos EUA.

Entre as empresas estavam a Coca-Cola, a General Motors e a Amazon. Ao fim da reunião, Alckmin disse que o contato bilateral entre empresas que atuam nos EUA e no Brasil é um dos caminhos para se chegar a algum avanço na negociação com Trump.

“Temos uma questão urgente que está nos produtos perecíveis, assim é preciso uma prorrogação para o início dessas tarifas”, disse ao NeoFeed Marcos Matos, CEO da Cecafé.

“O vice-presidente Alckmim vem fazendo um trabalho muito importante. Assim, temos que mostrar de todas as formas que os EUA também terão prejuízos”, complementou.

Murray esteve em Campinas no início de julho para o Coffee Dinner & Summit. “É um interlocutor que sabe da importância do café para a economia dos EUA”, afirmou Matos.

Para cada dólar exportado do produto, o Brasil gera R$ 43 para a indústria norte-americana, agregando valor de forma ampla. O produto corresponde a 1,2% do PIB do país de Trump.

Os empresários brasileiros acreditam na chance de Trump rever tarifas, como fez no Vietnã, Canadá e México. Mas sabem que as portas de negociação entre a alta burocracia dos governos do Brasil e dos EUA estão fechadas há dois meses.

Empresas de outros setores, como da aviação e da carne, buscam filiais nos EUA para continuar o diálogo. É o caso da Embraer, da JBS e da Marfrig. No mercado de carne, há uma dependência dos EUA, que está no pior ciclo pecuário dos últimos 80 anos.

E há um elemento dramático: 30 mil toneladas de carne brasileira estão a caminho dos Estados Unidos e devem ser despachadas após o dia 1º de agosto, data estabelecida por Trump para iniciar a cobrar as tarifas de 50%.



Fonte ==> NEOFEED

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