Equipe brasileira vence competição mundial de robótica para o bem

Equipe Sancabots ao Resgate planeja desenvolvimento de robôs para competição nacional

Uma equipe brasileira ficou em primeiro lugar na final mundial da competição juvenil “Robótica para o Bem”, realizada em Genebra, Suíça, na semana passada.

Os jovens Davi Roberto Beltrame, Laura Vaz Sverzut e João Vitor Piovezan, representaram o Brasil, superando outras 20 equipes de várias partes do mundo. O desafio era a criação de robôs capazes de salvar vidas em desastres naturais.

Ouro inesperado

João destacou a união do grupo, mas revelou que eles não tinham expectativas de conquistar o título.

“A gente já estava muito satisfeito só de estar indo pra Suíça. Levar o pódio já seria muito bom. Agora o ouro, isso é muito bom, é reconfortante, é o êxtase”.

O três são da equipe Sancabots ao Resgate, também composta por Maria Antônia Marquês e Estevão Matias da Silva, que não puderam ir a Genebra, mas foram homenageados dando nome aos robôs que ganharam o troféu de ouro. Todos os membros da equipe são alunos do Instituto Federal de São Paulo, IFSP.

Jovens brasileiros ganham ouro em competição mundial com robôs que salvam vidas em desastres

Resgate em desastres naturais

Davi explicou que o robô chamado Maria tinha a função de resgatar pessoas feridas ou que precisavam ir para um refúgio, representadas por peças vermelhas no circuito da competição. Já o robô batizado como Estevão, atua no resgate em meio a escombros.

“A gente teve que fazer modificações para conseguir melhorar nossa pontuação. E a ideia dele era salvar as peças do meio dos escombros, literalmente do desastre natural. E a nossa ideia com essa garra foi: ela tem que começar em pé, porque o circuito tem um limite de espaço e aí a gente faz com que ela desça em certo momento para que as peças, as vítimas que a gente vai levar para o hospital, elas fiquem paradas aqui. E essas esteiras vão tirando os escombros para fora para levar somente as vítimas para o hospital”.

O torneio foi um dos destaques do evento “Inteligência Artificial para o Bem”, organizado pela União Internacional de Telecomunicações, UIT.

O potencial da IA

Na hora da disputa os competidores só podem ligar os robôs, que devem executar toda a missão sozinhos, guiados por códigos de programação. Laura comentou que eles usaram a inteligência artificial para aperfeiçoar esses códigos.

Ela acredita que a tecnologia pode impulsionar ainda mais a eficiência dos robôs melhorando a interação entre eles.

“Uma coisa que a gente pode usar a inteligência artificial no futuro é para a comunicação dos robôs. A gente não usou isso na competição por falta de tempo. Mas seria uma coisa muito legal, por exemplo, a Maria falar “eu já consegui salvar as vítimas aqui” ou então “eu não consigo salvar essa, você consegue pegar?”. Essa é uma coisa que seria muito útil no futuro”.

Arquivo Pessoal/Davi Beltrame

Equipe Sancabots ao Resgate planeja desenvolvimento de robôs para competição nacional

Laboratório de ideias para o bem da humanidade

Laura disse que participar de um evento focado em usos positivos da inteligência artificial mudou sua visão sobre a tecnologia.

“Pouco antes de começar a competição, eu tinha um olhar muito chato até sobre a inteligência artificial. Eu achava que era uma coisa que vinha pra estragar, que vinha pra tirar emprego e tornar as coisas mais perigosas. Mas eu vi com essa competição, o AI for Good é um evento gigantesco. E não tinha só a competição, tinha várias outras pessoas com diversas outras ideias. E eu vi o quanto a inteligência artificial pode ser útil para a vida humana”.

Para Davi, a IA tem o potencial de acelerar inovações que podem beneficiar muitas pessoas.

“É claro, depende de como se usa e para que se usa. Mas se usada da forma certa e no lugar certo, a inteligência artificial pode salvar muitas vidas e ajudar muitas pessoas e fazer com que o futuro chegue muito mais rápido”.

O potencial da robótica no Brasil

João destacou que no processo de desenvolvimento dos robôs, a inteligência artificial foi usada para reforçar processos criativos, tanto na montagem das peças como nos códigos de programação, ajudando “a adicionar e não a subtrair conhecimentos”.

Ele ressaltou o potencial do Brasil na área da robótica e pediu mais apoio para jovens.

“No Brasil a robótica não tem o reconhecimento devido, porque ele tem muito potencial. O Brasil tem muito potencial. Sucessos não se alimentam só de oportunidade ou só competência, é sempre um conjunto. E no Brasil a gente tem muita competência, só que às vezes pode faltar oportunidade”.

Os jovens lembraram que na etapa inicial da competição, ainda no nível nacional, simulavam o circuito usando materiais muito simples, como placas de gesso e tijolos. Eles foram aperfeiçoando os robôs a cada etapa da competição, adicionando novas peças e funções para superar falhas e assim conquistar o título de campeões.

A equipe Sancabots ao Resgate recebeu apoio e fomento por meio do programa Polos Olímpicos, do Ministério da Educação do Brasil.

*Felipe de Carvalho é redator da ONU News.



Fonte ==> United Nations

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