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Na disputa pela compra da Medley, unidade de genéricos da Sanofi, as propostas financeiras da EMS (um pouco acima de US$ 450 milhões) e da Aché se destacaram, levando ambas à liderança do processo. Hypera e, em menor grau, União Química (com oferta próxima ao piso de US$ 400 milhões), além do fundo Vinci Compass e da Sun Pharma, também seguem na disputa, embora suas ofertas tenham menor peso.
Empresas como Cimed, Eurofarma, Torrent e Althaia ficaram de fora da segunda fase. A próxima etapa inicia em 5 de janeiro com due diligence, e o resultado deve sair até o fim de fevereiro. Caso Aché ou EMS vença, a tendência é manter as duas marcas no mercado, aproveitando a baixa sobreposição e o potencial de expansão do setor de genéricos brasileiro. A Medley teve receita de R$ 1,3 bilhão e Ebitda de R$ 190 milhões em 2025.
* Resumo gerado por inteligência artificial e revisado pelos jornalistas do NeoFeed
As farmacêuticas EMS e Aché são as favoritas no processo de compra da Medley, unidade de genéricos da francesa Sanofi, que inicia a segunda fase do processo de venda na segunda-feira, 5 de janeiro de 2026, apurou o NeoFeed.
As duas farmacêuticas realizaram as maiores ofertas financeiras pela Medley na primeira fase do processo de venda, que teve a participação de oito empresas: Aché, Althaia, Cimed, EMS, Eurofarma, Hypera, Torrent e União Química.
Na sexta-feira, 19 de dezembro, todas as participantes estiveram em uma teleconferência com representantes da Sanofi. Só estavam na chamada de vídeo executivos da área de M&A global da matriz. Segundo fontes a par das negociações, as duas propostas mais altas giraram em torno de US$ 450 milhões.
A EMS, companhia da família Sanchez, teria feito um lance um pouco acima do que foi ofertado pela Aché. Procurada, a empresa apenas confirmou “interesse pelo ativo”.
Como o NeoFeed revelou com exclusividade em outubro, havia a expectativa de que seis empresas passariam para a segunda etapa, mas o número será menor.
Da lista inicial, além de EMS e Aché, que estão no primeiro pelotão, a Hypera também seguirá adiante. A União Química fez uma proposta no limite do piso estabelecido pela Sanofi – algo perto de US$ 400 milhões.
A controladora francesa deu uma oportunidade para que ela aumentasse o valor e fosse também à segunda fase. Porém, segundo fontes do mercado, a companhia chegou ao seu limite, o que a deixará de fora da disputa.
No fim do prazo, um fundo da gestora Vinci Compass e a farmacêutica indiana Sun Pharma, que tem a marca de genéricos Ranbaxy, também depositaram suas ofertas para a Sanofi.
Ainda que não tenham sido valores considerados expressivos, ambas as propostas estão na disputa que começa em 5 de janeiro.
Os dirigentes da Sanofi não disseram oficialmente às candidatas qual foi a proposta de cada uma delas, Cimed, Eurofarma, Torrent e Althaia teriam sido comunicadas de que não avançaram.
“Vieram menos propostas acima de US$ 420 milhões. Mas as ofertas de EMS e Aché foram consideradas muito fortes. Os executivos da França fizeram uma longa conferência com eles, explicaram bastante o processo daqui para a frente, o que mostra que a Sanofi acredita que a disputa está entre os dois”, afirma uma fonte ao NeoFeed.
Pessoas do setor farmacêutico dizem que, no caso da Cimed, por mais que o CEO João Adibe Marques tenha demonstrado intenção de seguir até o fim, ele não pretende desviar o foco de avançar no setor de consumo e beleza. Tanto é que a empresa deve anunciar, em janeiro, um M&A de uma fábrica ligada a esse segmento.
A partir de agora, os executivos das companhias que tiveram suas propostas aprovadas irão se reunir com os executivos da Medley, que desde o ano passado se tornou independente da unidade brasileira da Sanofi. Não há participação de dirigentes da companhia no Brasil.
A segunda fase começa com o processo de due diligence, em que as candidatas poderão contratar uma empresa especializada para ter acesso a todos os dados financeiros e operacionais da Medley. Na prática, essa ação começa a partir do dia 12 de janeiro.
A partir daí, a expectativa é que o nome da empresa que irá comprar efetivamente a Medley seja revelado pela Sanofi até o fim de fevereiro.
Em caso de vitória da Aché, a tendência é que a empresa mantenha no mercado as duas marcas de genéricos. Nos primeiros nove meses do ano, a companhia alcançou receita de R$ 4,2 bilhões, alta de 9,5% sobre o mesmo período do ano anterior.
Caso a EMS seja a vencedora do deal, a perspectiva é que a iniciativa resulte em uma maior sinergia na produção dos medicamentos, já que a fábrica da Medley, que fica em Campinas (SP), está a cerca de 20 quilômetros do parque fabril da empresa, em Hortolândia (SP).
Com sobreposição baixa, a possibilidade é que a empresa da família Sanchez siga com as duas linhas, tanto da EMS quanto da Medley, já que o mercado de genéricos é muito pulverizado no Brasil. E a ideia, neste caso, é de uma gestão independente das marcas.
O Grupo NC, controlador da EMS, fecha o ano com receita de R$ 10 bilhões. Deste total, R$ 7 bilhões vem da empresa de genéricos, considerada a maior do setor no Brasil.
“Não faz sentido tirar uma marca do mercado, já que há bastante espaço para crescimento, seja qual for a empresa que ganhar esse processo de seleção”, afirma a fonte.
A Medley encerrou 2025 com receita de R$ 1,3 bilhão e Ebitda de R$ 190 milhões. A companhia tem uma capacidade de produção de 300 milhões de unidades de medicamentos ao ano. A Sanofi comprou a Medley em 2019, da família Negrão, por R$ 1,5 bilhão.
Procurada, a Cimed afirma que “segue em processo de avaliação do ativo e mantém seu interesse no negócio”, sem detalhar se passou para a próxima etapa. Aché, Cimed e União Química não responderam. A Vinci Compass diz que não iria comentar o assunto.
Ao NeoFeed, a Sanofi informou que o posicionamento segue o mesmo do início de dezembro, quando falou do processo de independência da Medley em relação à filial brasileira da farmacêutica francesa, mas sem mencionar o processo de venda.
Fonte ==> NEOFEED

