O avanço de um incêndio no sul da França obrigou uma parte da população de Marselha, a segunda cidade da França, a ficar confinada. Além disso, dezenas de voos foram cancelados pelo fechamento do aeroporto local.
A França enfrenta dois incêndios no sul do país, dias após uma intensa e precoce onda de calor, que sufocou o país entre 19 de junho e 4 de julho, com temperaturas superiores a 40º C em algumas regiões.
“Incêndio florestal em Marselha. Saia imediatamente da área florestal. Procure refúgio em um edifício sólido. Feche janelas e portas”, alertou a prefeitura em uma mensagem de emergência enviada aos celulares da região.
O ministro do Interior, Bruno Retailleau, disse na noite desta terça-feira (8), durante uma visita à área afetada, que o incêndio poderia ser contido caso os ventos enfraquecessem, como era esperado.
“Há muitos motivos para acreditar que estamos caminhando para um verão de alto risco”, advertiu.
O incêndio teve origem na localidade próxima de Pennes-Mirabeau e já levou ao fechamento do aeroporto de Marselha, o quarto maior do país após os de Paris e Nice, informaram as autoridades.
O aeroporto reabrirá parcialmente a partir das 21h30 local (16h30 no horário de Brasília). Cinquenta e quatro voos foram cancelados e outros 14 foram redirecionados.
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“As condições são desfavoráveis no local, a velocidade de propagação do fogo é muito rápida”, informaram os bombeiros, que mobilizaram 168 profissionais, sete aviões e três helicópteros. O fogo já destruiu 350 hectares.
Cerca de 200 quilômetros a oeste, outro incêndio já consumiu mais de 2.000 hectares de floresta nos arredores de Narbona, obrigando à evacuação dos moradores da região devido ao avanço das chamas.
Mais de mil bombeiros estão mobilizados para combater este incêndio, que teve início na tarde de segunda-feira (7) e segue ativo, informou a prefeitura local. Cinco deles sofreram ferimentos leves.
Muitas pessoas ficaram temporariamente presas na autoestrada A9, que liga a França à Espanha. Algumas passaram a noite em seus carros e 150 estão alojadas em um centro de exposições de Narbona ou em ginásios de vilarejos próximos.
O departamento de Aude, cuja capital é Narbona, registrou três incêndios em uma semana. O atual começou por razões desconhecidas em uma propriedade vitícola próxima de uma área montanhosa e rapidamente se espalhou.
“Perdi tudo. Estou no carro com meus seis cachorros. Tínhamos cavalos que morreram no incêndio, os vizinhos nos ajudaram a salvar cerca de 30”, contou Nathalie Bueno, de 60 anos, gerente de um estábulo com 43 animais.
Cientistas afirmam que as mudanças climáticas estão aumentando a intensidade, duração e frequência do calor extremo que provoca alguns incêndios florestais.
Fonte ==> Folha SP