Líder do PCC pode ser transferido para SP – 31/07/2025 – Cotidiano

A imagem mostra um homem de camisa rosa, com expressão séria, em pé, enquanto duas mulheres em uniformes militares, uma delas usando um boné, estão ao seu redor. Uma das mulheres está olhando para um celular, enquanto a outra faz anotações em um bloco. O ambiente parece ser um escritório, com prateleiras ao fundo e alguns objetos visíveis.

O prazo para permanência do traficante Marcos Roberto de Almeida, o Tuta, no presídio federal de Brasília acaba neste sábado (2). Cabe à Justiça decidir se ele será transferido para São Paulo.

A Secretaria da Administração Penitenciária do estado e o Ministério Público paulista já se manifestaram favoravelmente pela transferência dele para a Penitenciária de Presidente Venceslau (SP), unidade de segurança máxima.

Foragido por cinco anos, Tuta já foi apontado como o principal líder do PCC (Primeiro Comando da Capital) fora do presídio.

Tuta foi levado para o presídio federal a pedido da Diretoria de Cooperação Internacional da Polícia Federal, que apontou a relevância dele dentro da organização criminosa e o alto risco envolvido em uma transferência direta para São Paulo, após sua prisão na Bolívia em 16 de maio.

A passagem por Brasília foi autorizada porque a chegada ao Brasil coincidiu com o dia de visitas na unidade de Presidente Venceslau, o que impedia seu envio imediato ao local.

A Justiça de São Paulo atendeu ao pedido e autorizou sua custódia excepcional por 90 dias na capital do país —prazo que se encerra neste sábado. A permanência na unidade federal foi justificada por uma situação emergencial e de logística, que, segundo os envolvidos no caso, já foi superada. A decisão sobre o destino do preso agora está nas mãos da Justiça.

No processo, a defesa de Tuta pediu a anulação da prisão, alegando que não houve audiência de custódia nem exame de corpo de delito, o que violaria direitos fundamentais garantidos pela Constituição.

Argumentou também que a Polícia Federal não teria legitimidade para solicitar a transferência para um presídio federal e não foi dada a ela a oportunidade de se manifestar previamente.

Os advogados de Tuta pediram a transferência imediata dele para uma unidade estadual, ressaltando que ele não possui condenação com trânsito em julgado (quando não cabe mais recurso) e tem mantido bom comportamento desde sua progressão ao regime aberto, em 2014.

Quando foi preso, Tuta tinha contra ele dois mandados de prisão preventiva expedidos pela 1ª Vara de Crimes Tributários, Organização Criminosa e Lavagem de Bens e Valores da Capital, em São Paulo, pelos crimes de associação criminosa e lavagem de dinheiro.

O Ministério Público também solicitou a transferência de Tuta para Presidente Venceslau. Em manifestação no processo, a promotoria afirmou que a ausência de audiência de custódia não configura nulidade, desde que respeitadas as garantias processuais e constitucionais.

Sobre a alegação de ilegitimidade da PF para solicitar a transferência, a Promotoria considerou a questão superada, já que houve concordância tanto da Secretaria da Administração Penitenciária quanto dos promotores com a remoção de Tuta para o sistema prisional estadual.

Tuta passou a integrar a alta cúpula do PCC após a transferência, em 2019, de Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, líder máximo da facção, para o sistema penitenciário federal.

Segundo investigações do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) do Ministério Público de São Paulo, Tuta integrava a chamada sintonia final de rua, que reúne os principais líderes da facção em liberdade, e era responsável por toda a logística do tráfico de drogas.

Sua proeminência foi descoberta na Operação Sharks, deflagrada em 2020. No ano passado, Tuta foi condenado a mais de 12 anos de prisão, com base nas denúncias apresentadas pela Sharks. A Justiça estadual considerou que havia provas suficientes contra ele e outros três homens por associação criminosa e lavagem de dinheiro.



Fonte ==> Folha SP

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