As mortes envolvendo consumo de bebidas em bares e restaurantes batizadas com metanol levaram o deputado estadual Delegado Olim (PP) a propor um projeto de lei, exigindo que bares e restaurantes de São Paulo comprem trituradores para destruir garrafas e embalagens após o consumo.
A medida busca evitar a adulteração do conteúdo, mas já enfrenta resistência do setor —que não tem como arcar com um investimento dessa magnitude sem que isso seja repassado para os preços.
A Federação de Hotéis, Restaurantes e Bares do Estado de São Paulo (Fhoresp) considera que cabe ao poder público coibir e barrar a adulteração de bebidas alcoólicas. O grupo representa 500 mil estabelecimentos no estado.
Um levantamento da federação feito em abril mostrou que 36% das bebidas comercializadas no país eram adulteradas ou falsificadas. Vinho e destilados, como a vodca, estão entre os mais visados.
Penalidades previstas
Se a proposta for encampada e aprovada pela Assembleia, as empresas poderão sofrer sanções por descumprimento das regras. A primeira infração resultará em advertência. A reincidência acarretará multa e até a perda de licença de funcionamento.
O diretor-executivo da Fhoresp, Edson Pinto, disse ser contrário ao projeto, uma resposta rápida demais à questão das fraudes em bebidas dada sem que o setor fosse consultado.
“É preciso levar em consideração que, o que é ligado à reciclagem tem a logística reversa como regra e, portanto, se alguém tem de fazer a recolha e a trituração dessas garrafas é a indústria que produz o produto e não os estabelecimentos que o revendem”, disse o executivo.
Painel S.A.
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“Além do mais, especialmente a indústria cervejeira reutiliza as garrafas, após higienização das mesmas. Desta forma, tal medida iria encarecer, essencialmente, o produto, por ter de produzir matéria-prima nova.”
Segundo ele, caso aprovada a medida, 97% das micro e pequenas empresas terão aumento de custos, encarecendo ainda mais a alimentação fora do lar devido aos repasses necessários.
Com Stéfanie Rigamonti
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Fonte ==> Folha SP