Em um cenário de taxa Selic elevada, fiscal com risco e retornos abaixo do CDI, os fundos multimercado seguem sangrando dentro da indústria, somando resgates relevantes.
De janeiro a maio, apenas o segmento de pessoas físicas e clientes de plataformas retirou R$ 49,6 bilhões de fundos multimercado, conforme dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima).
Até junho, os fundos multimercados de gestão ativa, agrupados no Índice de Hedge Funds Anbima (IHFA), apresentaram um rendimento médio de 0,20%, muito abaixo dos 5,22% do CDI.
A perspectiva para os próximos meses, além disso, segue desafiadora, dado que o cenário nacional segue complexo e as projeções de juros tiveram uma piora relevante nas últimas semanas.
Além dos saques, a indústria também registrou uma redução no número de fundos multimercados, passando de 13,7 mil em junho de 2023 para 13,3 mil em maio deste ano.
Juntamente com isso, em meados de outubro de 2023, ocorreu o início da tributação sobre fundos fechados, e a grande maioria deles é de multimercados.
Na contramão dos multimercados, fundos de ações crescem
Por outro lado, os fundos de ações registraram crescimento no número de produtos, de 4 mil em junho do ano passado para 4,4 mil até maio deste ano, segundo dados da Anbima.
Vale lembrar que os fundos de ações não foram submetidos à antecipação semestral do Imposto de Renda (come-cotas), ao contrário de outras classes de fundos fechados, e também alguns multimercados passaram cisão, se transformando em fundos de ações.